A notícia não é recente. O episódio passou-se há mais de
uma semana. Também não é nada de novo, jovem espancado por um grupo de rapazes.
Ao que parece seis jovens resolveram bater num, o que demonstra um total acto
de cobardia. E, pensam vocês, foi um acero de contas? Não! Porque não tinham
nada contra o rapazinho, nem o conheciam "de aperto de mão" (palavras
de um dos agressores/amigo dos agressores), só o conheciam de vista.
Bateram-lhe, porque ele era amigo de não sei quem. Deixaram o Francisco
completamente desfigurado, traumatismo craniano, nariz partido, bateram-lhe,
inclusivamente, com um capacete. Choca-me esta violência gratuita, choca-me que
seja entre jovens, choca-me que não aja nenhum motivo aparente, choca-me
que seja uma forma de resolver as coisas.
O assunto não termina aqui, porque os pais do Francisco,
cobertos de razão, querem levar as coisas até às últimas consequências. Eu
também quereria, espancar assim uma pessoa e ficar impune. A coisa começa a
complicar-se aqui.
Ao que parece esta é uma "guerra" entre gangs,
não da Musgueira, Casal Ventoso (nada contra!), mas Cascais, Lisboa. Deve ter
sido por isso que o episódio se passou à saída de um jogo de Rugby e não de
futebol! E, entre os agressores estão familiares - filho e sobrinho - de uma
Procuradora de Cascais. Claro, que todos esperamos que ninguém esteja acima da
lei. Mas.....
Quando ouvi a notícia lembrei-me de uma situação do
passado. No início da minha vida profissional, tive uma aluna hiper-mega
irritante, o comportamento era mau e tinha a mania que tinha o rei na barriga,
com os colegas, professores, auxiliares, todas as pessoas. Quando algo não lhe
agradava, dizia sempre: Eu sou filha da Juíza ....Confesso que isto me
aborrecia muito. Um dia respondi-lhe (assim em tom de brincadeira): Pois a
sua mãe a mim não me dá muito jeito, agora a do X que é costureira é que me dá.
Tenho um monte de roupa para apertar! Mas, as coisas não
corriam nada bem, e existiu o dia em que tive de falar com a Senhora Juíza e
percebi, porque é que a filha era assim. A mãe era igual, achava que os outros
pais eram uma nódoa porque não tinham curso e que nós eramos uns capachos, ela
só não ensinava a filha, porque não tinha tempo - porque faria um trabalho tão
bom ou melhor que o nosso! Na reunião dei por mim a pensar que tinha regredido
até aos tempos feudais e que tinha de prestar vassalagem aquela senhora, tipo
representante do Rei, ó coisa que lhe valha. A reunião não correu nada bem. O
resto do tempo passou, bem devagar. Hoje vejo a Senhora, sou cordial e nada
mais. A menina cresceu, é uma adolescente empertigada e que tem dado muitos
problemas, situações de álcool e droga. Mas, a resposta é sempre a mesma: Vai
fazer queixa de mim, a minha mãe é a Juíza ..." E, normalmente, as pessoas
não fazem queixa e deixam passar.
Espero que os pais do Francisco tenham a capacidade para
fazer justiça, não para dar uns valentes tabefes aos agressores - que também
mereciam- mas que sejam responsabilizados e condenados. Até porque muitos deles
já são adultos, e não se é adulto só para se votar e ter carta de condução, também
se é para se ir preso!
Guerras e gangs. Algo que não consigo perceber.
ResponderEliminarhomem sem blogue
homemsemblogue.blogspot.pt
Há pessoas que querem marcar posição em determinadas situações pelo canudo que trazem na algibeira... apanho muito disso na minha vida profissional!
ResponderEliminarQuanto ao resto...que se faça justiça!