E a árvore de Natal?

Os amigos servem para dar uma mãozinha, sempre que necessário. Pelo menos é assim, que eu e os  meus amigos agimos, sempre lá. 

Na minha actual situação, sem muito para fazer, tenho ajudado um amigo a empacotar uma vida. É, mesmo isso, que fazemos. Ele vai seguir o caminho, que passa por ser noutro País, e agora temos de arrumar tudo. Não é um arrumar de mudanças, não é o meter num caixote para se levar para uma nova casa, numa nova cidade. É, mesmo enfiar tudo em caixotes, para ser guardado numa garagem ou então para ser doado. Como se escolhe quais as coisas que vale a pena guardarem? Os electrodomésticos? A máquina do café? As taças do Kart? Os tapetes da casa de banho? 

Como o meu amigo está cá sozinho, a família já foi, fazemos as coisas via Skype, com a mulher dele, outra grande amiga. De lá, ela lembra-se onde estão as coisas guardadas e o destino que lhes devemos dar! É triste, estar a arrumar uma casa, onde fui muito feliz! Ao princípio, perguntava sempre: Posso mexer, vou abrir... Agora já não vale a pena, tomei aquela arrumação como minha. Uma forma de fazer a catarse dos sentimentos que sinto. Lá me tento aguentar, para que nenhuma lágrima me caia, nem que olhos fiquem molhados! Sendo eu uma insensível aos olhos dos meus amigos!

Ontem, quando perguntei via skype: E a árvore de Natal? Aquela que compramos juntas, que elaborámos a decoração (primitiva!). A resposta foi: põe no caixote para dar... Fiz, mas com uma tristeza enorme e quando olhei para o ecrã, a minha amiga lá longe chorava e gritou, Não, guarda na tua casa, para eu saber que um dia se regressar já tenho uma árvore de Natal!

Acho que vou tomar uns Xanax só para andar mais calma!!